TRAZ ou TRÁS?

Você sabe quando usar as formas TRAZ ou TRÁS? Será que essas duas palavras existem ou só uma está correta?

Nesse texto, você vai entender que sim, as duas formas existem! Embora o som dessas 2 palavras seja exatamente o mesmo, há muitas diferenças entre elas.

Qual é a diferença?

A primeira diferença é que uma das formas é escrita com Z e sem acento enquanto a outra é com S e com acento. Todas as outras variações que você encontrar, por exemplo, TRÁZ, TRAS, TRÀZ, não existem!

Além dessa diferença na grafia, TRAZ é verbo e TRÁS é advérbio. Isso significa que TRAZ é a terceira pessoa do presente do verbo trazer, ou seja, ele/ela traz. Já o TRÁS é um advérbio que indica uma localização. Ele é sinônimo de atrás, detrás.

Quando usar?

Vamos ver dois exemplos de uso do TRAZ e TRÁS:

1) Ela sempre traz boas notícias.

2) Dinheiro não traz felicidade.

3) Não sei o que está por trás daquela cortina.

4) Não olhe para trás, siga em frente!

Nos exemplos 1 e 2, temos o verbo “trazer” conjugado. Esse verbo concorda com “ela” (1) e com “dinheiro” (2). Por sua vez, nos casos 3 e 4, temos o advérbio “trás” acompanhado das preposição “por” (3) e “para” (4).

No exemplo 3, podemos substituir “por trás” por “detrás” (de + trás): Não sei o que está detrás daquela cortina. Do mesmo modo, no exemplo 4, podemos substituir “para trás” por “atrás” (a + trás): Não olhe atrás, siga em frente!

Como memorizar a diferença?

Uma forma de memorizar essa diferença é lembrar que TRÁS é sinônimo de ATRÁS, que também é escrito com S e com acento.  Assim, sempre que você puder substituir “trás” por “detrás” ou “atrás”, está correto o uso de “trás”, com S e acento.

Já o TRAZ é escrito com Z assim como o verbo TRAZER. Isso significa que quando você puder substituir TRAZ por levar, carregar, transportar, está correto o uso com Z e sem acento.

Dúvidas?

Se você ficou com alguma dúvida, deixa aqui seu comentário!

Fernanda Massi é Mestra e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP/Araraquara e Pós-doutora em Linguística Aplicada pela UNICAMP. Foi professora de Leitura e Produção de Textos na UNESP/Araraquara e na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tendo orientado trabalhos de conclusão de curso e de iniciação científica. Trabalha com revisão de texto desde o início da sua graduação em Letras, em 2004, e já revisou inúmeros trabalhos de diversas áreas. É também a responsável pela equipe de revisão da Letraria.

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